Dicionário Smart-Esperto

Ultra modum, sine causa.

quinta-feira, junho 19, 2008

The Tip of a Horn - A Ponta de um Corno

1. Numa discussão acalorada com o seu agente, Pedrito de Portugal saiu-se com esta:
«Achas que eu quero ir tourear, numa terça-feira à tarde, para meia-dúzia de gatos pingados na Azambuja? Ainda para mais por um cachê fabuloso de vinte contos e bar aberto de mines? Vê-se mesmo que não sabes o que dói a ponta de um corno enterrada nos tomates!»

2. António Vidigal, casado com dois filhos, sofria de impotência. Depois de percorrida a via sacra dos urologistas e psicanalistas, de ter tentado vários medicamentos e tratamentos e até de ter ido à bruxa, sem resultados, numa tarde em que chegou mais cedo a casa, apanhou a mulher, Cristalina de seu nome, a mugir o leiteiro no chão da cozinha. Arrebatado pela raiva, António urrou que era um desgraçado e que os ia matar aos dois. O leiteiro, já batido nestas coisas, não hesitou um segundo e fugiu, deixando para trás a amante desamparada. Cristalina achou-se perdida e quando reparou no volume na algibeira das calças de António, perguntou a medo:
- Isso é uma pistola que trazes no bolso, ou estás só contente por me ver?
Desnorteado, e mesmo sabendo que não tinha pistola nenhuma, António levou a mão à algibeira e para sua grande felicidade sentiu que a sua impotência estava curada.
- Cristalina, filha, é milagre! A minha ponta voltou! Estou com uma ponta que não me aguento!
- Ai, homem, que alívio tão grande! Mostra lá isso, então. Sempre quero ver o que fazes com essa ponta de corno!
|| myguiltyself, 09:34 || link || (0) comments |

terça-feira, junho 17, 2008

Either yes, or soups - Ou sim, ou sopas

Depois de terem sido conhecidos os resultados do recente referendo ao Tratado de Lisboa (o «Porreiro, pá») realizado na Irlanda, Sarkozy, Angela Merkel e Durão Barroso reuniram de emergência com o governo irlandês e insinuaram que, se o Tratado não fosse ratificado, acabavam-se os subsídios e contribuições dos fundos europeus. Quando os dirigentes irlandeses disseram que tal poderia conduzir a uma tragédia equivalente às Grandes Fomes dos século XVIII e XIX, que mataram milhões de pessoas e forçaram outras tantas a emigrar, os líderes europeus responderam que se a situação se agravasse muito, podiam mandar ajuda alimentar de emergência, nomeadamente, sopas - Vichyssoises de França, Leberknödelsuppen da Alemanha e Caldos Verdes de Portugal. Com sorte, talvez os Espanhóis mandassem uns Gaspachos. Os irlandeses ficaram indignados com a ameaça e falta de solidariedade dos parceiros continentais, ao que estes responderam: «Meus amigos, ou sim, ou sopas!»



|| myguiltyself, 10:39 || link || (0) comments |

sexta-feira, junho 13, 2008

Water neither comes, nor goes - Nem água vem, nem água vai

Slogan criado pelo holandês Dirk van der Dijk, que inventou um sistema comercial de comportas e diques para proteger as pessoas do perigo de inundações causadas por marés vivas, tsunamis, tufões, aquecimentos globais e descargas de autoclismo em massa (um fenómeno que se observa sobretudo nos intervalos de jogos de futebol e telenovelas).
Os rivais de van der Dijk dizem ironicamente que o slogan também poderia ser «Transformamos o país num pântano», pois o sistema realmente retém toda a espécie de líquidos, mas não prevê o posterior escoamento.
|| myguiltyself, 15:14 || link || (0) comments |

quinta-feira, junho 12, 2008

We'll even eat them! - Até os comemos!


Expressão que denota claramente o estado de euforia lusitano, que ciclicamente assalta o país e se traduz num apetite devorador do qual resultam sempre duas sensações desagradáveis: o enfartamento (como se pode ver na figura; produto de uma dieta equilibrada de 3 dúzias de pastéis de bacalhau, bifanas e coiratos à discrição e garrafões de tinto que chegue para esgotar a produção bienal do Cartaxo), ao que se segue a azia (quando, por termos mais olhos que barriga, somos comidos por eles, por estarmos tão cheios que nem podemos com uma gata pelo rabo).
O que vale ao país é que estes estados de alma só ocorrem de dois em dois anos (por coincidência, na altura dos Campeonatos Europeus e Mundiais de futebol), o que dá tempo à nação para se recompor da tragédia organizando greves gerais, apedrejamentos, eleições, crises pedófilas e outros acontecimentos mais ligeiros.
|| myguiltyself, 09:21 || link || (0) comments |
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