Dicionário Smart-Esperto

Ultra modum, sine causa.

quinta-feira, setembro 27, 2007

To laureate the pip - Laurear a pevide

Conta Plínio o Velho na sua Historia Naturalis que o imperador romano Calígula, posteriormente a ter nomeado o seu cavalo de corrida senador , terá tentado coroar como imperatriz uma grainha de uva de um dos seus cachos predilectos.
Este derradeiro acto de loucura deixou marcas profundas por toda a península itálica, principalmente na cidade de Bolonha, onde o exemplo foi seguido por alguns académicos que se propuseram a criar em todo o espaço europeu «um sistema educativo de graus comparável e facilmente compreensível por todos», em que qualquer maluco pode ser doutor.
|| napalmneto, 13:42 || link || (0) comments |

terça-feira, setembro 18, 2007

Look with People's Eyes - Olhar com Olhos de Gente

Expressão surgida em meados do séc. XVI, quando os avanços da Medicina finalmente permitiram que os olhos de carneiro mal-morto deixassem de ser usados em transplantes de córnea.
Inicialmente, como nem todos as pessoas eram consideradas gente, a lista de potenciais dadores estava limitada à realeza e nobreza. Assim, não era de estranhar que um par de olhos fosse transmitido de pai para filho, tal como um título nobiliárquico ou o governo de um país, o que, por sua vez, deu origem à expressão «Vê-se bem que tem os olhos do pai/da mãe».
Actualmente, com a crescente democratização da sociedade e o desaparecimento das classes sociais, recorre-se a porcos e vacas, entre outros, para recolher órgãos para transplante.
|| myguiltyself, 21:00 || link || (1) comments |

Eyes of Badly Killed Sheep - Olhos de Carneiro Mal-Morto

Os Antigos Egípcios (que sofriam muito de cegueira precoce por estarem sempre a apanhar com grãos de areia nos olhos) desenvolveram uma teoria segundo a qual era possível curar a cegueira recorrendo ao transplante de olhos de carneiro. Nos primeiros ensaios clínicos foram usados olhos de carneiro morto - sem resultados. Os médicos concluiram que estando os olhos mortos, não era possível ver através deles. Como tal, tentaram-se os olhos de carneiro vivo, mas, com os bichos vivos e a espernear, era praticamente impossível conseguir arrancar-lhes os olhos em bom estado. Foi para resolver este problema que o lendário Imhotep Rahmani sugeriu que os olhos fossem arrancados a um carneiro mal morto, por forma a conseguir olhos intactos e ainda vivos.
Diz-se que a mais famosa paciente de Imhotep Rahmani foi Cleópatra, que mais tarde viria a seduzir dois terços do Império Romano com os seus olhos de carneiro mal-morto.
|| myguiltyself, 20:45 || link || (0) comments |

Drown the goose - Afogar o ganso


No passado, os chineses costumavam satisfazer as suas necessidades sexuais com gansos. Pouco antes de ejacularem, os homens afundavam a cabeça da ave na água, para poderem sentir os espasmos anais da vítima.

(Esta posta, que nos recorda que a verdade é muito mais estranha que a ficção, encontra-se originalmente no Tira-teimas e foi gentilmente cedida pela autora.)
|| myguiltyself, 15:43 || link || (0) comments |

sexta-feira, setembro 14, 2007

Stretch the Rate - Arreganhar a Taxa

Exercício usual do Banco Central Europeu, que consiste em aumentar as taxas de juro de referência para o crédito. As consequências deste exercício são duas: rasgados sorrisos por parte dos banqueiros e instituições de crédito (vulgo os gosmas), devido ao aumento das suas margens de lucro; sorrisos psicóticos (daqueles em que se notam pequenos espasmos no lábio inferior) de todos os desgraçados que têm empréstimos para pagar e que já planeiam matar a mãe para receber o seguro de vida.
|| myguiltyself, 11:44 || link || (0) comments |

quinta-feira, setembro 13, 2007

Dickaoke - Karalhoke

Uma nova variante da clássica festa de karaoke, agora com strippers masculinos, que, depois de se terem despido, permanecem no palco e pedem aos membros (femininos) mais audazes do público que «subam para aqui e cantem no microfone».
|| myguiltyself, 11:25 || link || (0) comments |

Lets Have Them Bones - Venham de Lá Esses Ossos

1. Famoso ultimato de Ricardo Coração de Leão à população de Acre, durante um cerco que durou mais de cinco anos ou cerca de meia-hora, dependendo das fontes. Também não é certo que ossos Ricardo pretendia. Poderiam ser os de Santo Pancrácio, que o cruzado julgava erradamente estar enterrado na cidade, ou os de duas vacas que tinham fugido para dentro da cidade e que os sitiados tinham matado e comido, e cujos ossos Ricardo queria para fazer um ossobuco.

Vista da Cidade de Acre


2. Milagre que se deu em Minhotães (frequesia do concelho de Barcelos) e que foi muito injustamente obscurecido pelo milagre do galo cantador. Segundo as crónicas encontradas nos arquivos do Vaticano, estava o Abade de Minhotães a terminar de comer mais um farto ensopado de cabrito, uma voz grave troou no salão, dizendo «[Agora] venham de lá esses ossos!» O Abade, julgando que o Diabo tinha vindo das profundezas do Inferno para o punir pela sua gula, prontamente se levantou espavorido e fugiu a correr, só parando na paróquia de Carapeços a muitas léquas de distância. Um diácono, que acompanhava o Abade no repasto, julgou que a voz vinha do cão de fila do Abade, que tendo visto o dono a refastelar-se com a carne do cabrito, queria ao menos roer os ossos. O diácono limitou-se a atirar uns restos ao cão e continuou, impávido e sereno, a comer e beber, não lhe tendo ocorrido que um cão falante fosse coisa para grandes espantos. O filho da governanta do senhor Abade, coberto por uma velha e pulguenta pele de lobo, quase se desmanchou a rir com a fuga do Abade, mas conseguiu suster a gargalhada e aproveitou para chupar uns ossitos, que naqueles tempos a fome tocava a todos, até aos filhos dos abades.
|| myguiltyself, 08:29 || link || (0) comments |

quarta-feira, setembro 12, 2007

Mary with the Pacifier Time - Tempo da Maria Cachucha

Ou TMC.
Antigo fuso horário de Jerusalém - duas horas adiantado em relação ao afamado 'traço contínuo de Greenwich' que nos rege - assim apelidado por se crer que foi seguindo essa linha que Maria achou a chucha.
|| napalmneto, 19:10 || link || (0) comments |

terça-feira, setembro 11, 2007

To Lick Soap - Lamber Sabão

O primeiro registo escrito desta expressão encontra-se nas Crónicas de Maurits van Nassau, de 1639, segundo as quais, as «donzelas licenciosas de Amsterdão - esse poço de iniquidade - adquiriram recentemente o hábito de lamber sabão (zeep likken em Neerlandês) após terem terminado os seus deveres com o cavalheiro, por forma a tirarem da boca aquele olor característico». Mais adiante o autor refere ainda que «em certa parte da cidade, conhecida por Distrito da Candeia Escarlate, mandaram distribuir-se barras de sabão, porquanto havia donzelas que se queixavam que não ganhavam para o sabão».
O segundo registo escrito desta expressão encontra-se numa carta particular enviada a um escudeiro de D. João IV, em que se declara que «nesta cidade do Porto, também deviam as vendedeiras lamber sabão, como noutras partes da Europa, para assim se lavarem o ares que aqui se respiram.»
Especula-se que a expressão terá sido levada para o Porto pelos marinheiros ingleses, que lá iam amiúde devido ao comércio de Vinho do Porto, que por sua vez a terão ouvido aos marinheiros holandeses ao lado dos quais tinham combatido os espanhóis na Guerra dos Oitenta Anos. Também muito se especula sobre a real natureza das «vendedeiras» referidas na carta. Estaria o autor a referir-se àquelas que vendem o prazer, ou às antecessoras das vendedeiras do Bolhão, ou seriam umas e outras as mesmas?
Certo é que a expressão se manteve corrente na cidade do Porto até finais do séc. XIX, pois é sabido que os tripeiros, nas palavras de Eça de Queirós «andam sempre com ele na boca e faziam bem em lavá-las de quando em vez».
Actualmente, o significado desta expressão deriva desta sentença queirosiana e a mesma é usada em tom de ameaça para repreender os petizes que dizem palavrões.
|| myguiltyself, 08:39 || link || (0) comments |
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