Dicionário Smart-Esperto

Ultra modum, sine causa.

terça-feira, fevereiro 10, 2009

To pass the hot potato - Passar a batata quente

Antiga prática originária da região dos Andes, segundo a qual os homens da tribo ofereciam ao seu sujeito amoroso uma batata cozida para lá do ponto de ebulição.
A análise mais aprofundada dos primeiros registos escritos do quíchua, da autoria de frei Domingo de Santo Tomás, revela também que este tubérculo incandescente deveria deixar uma marca indelével na mão da mulher. Quando a cicatriz sarasse, o jovem sabia que era chegada a altura de se amancebar, e que a sua esposa era agora uma senhora respeitável, afastada para sempre das promiscuidades da vida boémia que lhe valeram o estatuto de "velocípede da aldeia".

O "passar da batata quente", como ficou conhecido, é apontado como uma das primeiras manifestações do casamento como contrato, pilar da sociedade moderna, que prepara homens para os estridores da vida conjugal, e mulheres para longos e doloridos períodos de castigos físicos.




Quanto à viuvez, quem melhor o descreve é Marie de France nos seus Lais, esse obelisco da lírica trovadoresca que já no século XII ia beber aos ensinamentos dos incas. Fiquemos então com estes apaixonados versos, neste dia tão especial em que se concede que as mulheres larguem as panelas, quiçá que vão a um cineminha:

Si vous mourez, je veux mourir!
Mais si vous me quittez, vivant,
vous retrouverez un autre amour
et moi, je resterai avec ma patate!
|| napalmneto, 19:37 || link || (0) comments |
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