Em 1919, Paddy Cock não dispensava a sua papinha bem regada com o azeite, um segredo bem guardado nos lagares do seu minifúndio irlandês nos arredores de Limerick. Refutando a antiga ideia egípcia de que era a poderosa Isis quem inventara o modo de extração do óleo, Cock revelou no seu leito de morte – naquilo que muitos vêem como um momento de delírio – ter sido o galo da herdade a fonte (quase) inesgotável do delicioso e requintado néctar.
Não desvendando, porém, de que parte do animal provinha o dito azeite, deixou ao galináceo a triste sorte de ser sacrificado em cabidela na missa de sétimo dia, esta já feita com óleo vulgar e vinagre. A cabidela, não a missa, claro...
À hora do repasto ninguém passou fome, mas conta a lenda que por toda a herdade se ouviu um cacarejar abafando os roncos culpados dos estômagos da família Cock. O negócio foi mais tarde recuperado por um galego empreendedor que, obscuramente, se salvou da forca nesse mesmo dia.
Clucking since 1919.