Era uma vez um agricultor que gostava de dar umas voltas na, ou com, a sua burra. Num belo dia, o agricultor dirigiu-se à burra com falinhas mansas e olhos de carneiro mal-morto, ao que a burra respondeu prontamente: «Hoje não! Estou com uma dor de cabeça horrível! Olha, vai chatear a vaca da tua mulher!». O agricultor que já tinha tentado uma abordagem semelhante com a vaca, com a mulher, com três ovelhas e uma catatua (não necessariamente por esta ordem) e sem resultados,
amarrou a burra a uma azinheira e tentou abusar da bichinha. A pobre burra, ao ver-se assim violentada, pregou um valente coice no agricultor, mesmo em cheio nas partes-baixas, o que lhe causou um grande inchaço. O agricultor, que era já um homem experiente, tinha-se precavido contra tal situação: prendeu-se à burra com uma velha câmara-de-ar. Foi assim que nasceu esta bela expressão. Sempre que o agricultor lhe dava, a burra pregava-lhe um coice, mas graças às magníficas propriedades elásticas da câmara-de-ar, o agricultor era puxado de volta à burra e voltava a dar-lhe. E viveram felizes para sempre, porque quando a mulher do agricultor veio à rua por causa do barulho e encontrou o marido naqueles preparos com a burra, pediu imediatamente o divórcio.
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